sábado, 23 de junho de 2012

Confraternização



            Ontem, finalizamos as aulas do primeiro semestre do “Literatura e Afrodescendência: o que há por trás disso?” com uma confraternização muito animada. Conversas descontraídas entre professores e alunos e, claro, dinâmicas divertiram todos que estavam no Laboratório de Matemática que, dentro de minutos, foi transformado numa verdadeira Sala da Língua Portuguesa.


            Óbvio que discursos não podiam faltar. Nós, professoras, e os alunos falamos como foi proveitoso para ambas partes o convívio de pouco mais de dois meses, mas que foram intensos e trouxeram ensinamentos para todos. A emoção tomou conta de todos, quando os alunos leram suas homenagens às professoras Francielle e Wanessa que estão deixando o projeto, após dois anos. E os alunos as surpreenderam ainda mais, quando exibiram um vídeo feito por eles no qual agradeciam pelos momentos, ensinamentos e amizade. Passadas as emoções, todos foram recuperar as energias com a torta e os salgadinhos que enfeitavam algumas mesas.
            Mas, todos nós sabemos que, para alguns, esse tempo de separação é passageiro. Próximo semestre as aulas do Projeto “Literatura e Afrodescendência: o que há por trás disso?” voltarão com muitas novidades!





    





sexta-feira, 22 de junho de 2012


Em mais uma das aulas sobre cordel, lemos com a turma o texto do cordelista Antonio Héliton de Santana, após a leitura e discussão sobre os temas que estavam presentes no texto, os alunos fizeram a atividade de ilustrar a capa do cordel que tinham acabado de ler. O empenho da turma foi total, e ao final confessaram que se divertiram bastante com essa atividade... o resultado das capas e o cordel vocês podem ver a seguir:

Aluna - Alcineide Dias

Aluna- Angerlânia Martins

Aluna- Danielle Oliveira

Aluno- Daniel Breno

Aluna- Rayonara do Nascimento

Aluna- Viviane Cabral

Aluna- Amanda Ferreira

Aluno- Washinton



A LUTA DOS NEGROS 

PELA CONQUISTA DA LIBERDADE 


A lei áurea é a lei
Derradeira do Brasil
Que dizem que acabou
Com um sistema bem vil
A tal de escravidão
Isso é bala sem fuzil

Você já sabe de cor
O que é escravidão
Três séculos e meio
Sem liberdade, pois não
Muito açoite. Muita luta
Em prol da libertação

Os negros tudo faziam
Pra conquistar a liberdade
Assassinavam, fugiam
Com muita luta e vontade
Formavam até quilombos
Vida em comunidade

Aos poucos, a liberdade
Ia sendo conquistada
Por isso em oitenta e oito
Da era que foi passada
Havia poucos escravos
Bem pouquinho, quase nada

Em cem, somente seis negros
Viviam na escravidão
Liberdade conquistada
Não presente, concessão
Liberdade como fruto
De muita luta, irmão

Os abolicionistas
Solidários aos escravos
Deram-lhe grande ajuda
Muitos são sinceros, bravos
Corajosos, destemidos
Mesmo aqueles que são alvos

Nesse tempo começava
A dita revolução
Porém a industrial
Era a maquina então
Invenção da Inglaterra
para maior produção

Para vender seus produtos
A Inglaterra mandou
A princesa Isabel
Ela logo assinou
Estão livres os escravos
Até hoje enganou

Ora, ora, meu amigo
Isabel fez um favor
Para o rico ter mais lucro
Essa lei ela assinou
Não foi por amor ao negro
Dizia o meu avô

Que libertação foi essa
Negro não indenizado
Demitido sem direito
Pelo mundo sai jogado
Sem teto e sem comida
Com título: libertado

O senhor dono de escravos
Teve indenização
O governo cuidou dele
Como inda faz com patrão
Dá o dinheiro do povo
E deixa o povo na mão

Com a vida que se leva
Seja sincero então
Você acha que acabou
Mesmo a escravidão
Viu, meu caro companheiro
Como eu tenho razão

Antonio Héliton de Santana

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Entrevista para TV Itararé- Programa Diversidade


Na última terça-feira a tv Itararé foi fazer uma gravação com os alunos e professoras do nosso projeto, vamos fazer parte de uma série de reportagens sobre o ensino de língua portuguesa que vai ao ar no mês de Julho.
Foi uma experiência nova para todos nós. Câmera, luz, microfone... tudo isso assusta um pouco, por não fazer parte do nosso dia-a-dia, mas deu tudo certo. Em breve veremos o Literatura e afrodescendência na tv e fazendo sucesso.

Olha aí algumas fotografias desse momento:



sábado, 2 de junho de 2012

Mudar ou não mudar...


Até que ponto uma pessoa pode mudar fisicamente para se encaixar num padrão de beleza?
Essa foi a pergunta central que os nossos alunos tiveram que responder sobre a temática Estética e padrão de beleza negra. Depois de lermos e discutirmos com nossos alunos artigos de opinião, entrevistas e textos literários que abordam a questão do padrão de beleza do negro e a influência que a mídia exerce nas pessoas quando o assunto é estética, fizemos um exercício no qual eles iriam responder cinco perguntas voltadas à temática que estudamos a partir de uma imagem do falecido cantor Michael Jackson na qual tinha a foto do artista no início e nos últimos anos de sua carreira.
O que eles acharam de tudo isso e o que eles responderam vocês vão ler agora!

Pergunta1: Ao ver essa imagem, qual a primeira impressão que você tem? Por quê?




Resposta1: De rejeição. Não é só por que eu acho o estilo pele clara bonito, que eu tenho que mudar minha própria imagem, fazer diversos tipos de mudança.
Weliton do Nascimento, 2ºB
  
P2: Que fatores podem influenciar para que uma pessoa possa fazer mudanças radicais em sua imagem e por quê?

R2: Certas vezes é pela mídia que mostra a beleza sempre oposta. Porque para eles, pessoas bonitas são as brancas, altas e de cabelo liso.
Washington Albuquerque, 9ºA

P3: Até que ponto você discorda e concorda com essas mudanças?

R3: Eu discordo em tudo. Tanta mudança pode afetar a saúde e esconder as raízes da pessoa que faz isso.
Ednalva Teixeira, 2º B

P4: Quais as pessoas que mais se submetem a essas mudanças? Por quê?

R4: Pessoas negras podem não conhecer suas raízes e querer mudar por sofrerem preconceitos. E as pessoas que tem dinheiro nunca estão satisfeitos com sua própria beleza e acabam fazendo centenas de cirurgias plásticas.
Rayonara, 1ºB

P5: O que levou Michael Jackson a se transformar radicalmente e tornar-se branco?

R5: Eu penso que foi a influência das pessoas e por causa do preconceito.
Cíntia Raquel, 1ºB

domingo, 27 de maio de 2012

Vale a pena ver de novo!

Esse vídeo mostra como foi o lançamento do nosso jornal e a nossa exposição fotográfica...

Em uma sala do próprio colégio  os alunos do projeto apresentaram para outros alunos, professores, direção e comunidade parte do que foi feito durante um ano de curso, o jornal foi o suporte ideal para expor nossas ideias, opiniões, inquietações e claro aprendizado...

 A exposição fotográfica foi o despertar artístico da turma e que acabou chamando tanta atenção quanto o lançamento do AfroCultura...

Foi um projeto marcante e gratificante que vai ficar na história de cada um que viveu esse aprendizado, e essa luta por uma educação mais democrática.

Confere aí nosso trabalho:




sábado, 26 de maio de 2012

Trabalhando... e muito!

 (1- produzindo a paródia: TÔ BEM NA PARADA)


(2- discutindo a entrevista http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/8205 )


 (3- depois da apresentação da paródia: TESOURO QUE NINGUÉM PODE COMPRAR)


 (4- produzindo a paródia: VIM PARA O AFRO )






(7- produzindo a paródia: VIDA DE BACANA)

Em ação... parte II















Elza Soares e Emicida


Ainda no clima da aula anterior:

Nega do Cabelo Duro


Planet Hemp

Ondulado, permanente
Teu cabelo é de sereia
E a pergunta que sai da mente
Qual'é o pente que te penteia?...
Quando tu entra na roda
O teu corpo bamboleia
Minha Nêga meu amor
Qual'é o pente que te penteia?...
Teu cabelo a couve flor
Tem um "que" que me tonteia
Minha nega, meu amor
Qual'é o pente que te penteia?
Misamplia a ferro e fogo
Não desmancha nem na areia
Toma banho em Botafogo
Qual'é o pente que te penteia?...
Nêga do Cabelo Duro
(Oh minha Nêga!)
Qual'é o pente que te penteia?
(Qual'é o pente!)
Qual'é o pente que te penteia?
(Qual'é o pente!)
Qual'é o pente que te penteia?
Oh! Nega!...


Cabelo Ruim? Mas como assim?

A aula de hoje não saiu da cabeça, pois é, falamos sobre o preconceito que existe com relação ou cabelo crespo, que muitas vezes é visto como um cabelo ruim, quando na verdade é um cabelo diferente do padrão imposto pela mídia, e que como símbolo identitários precisa ser valorizado e respeitado...

Lemos e comparamos a história de duas personagens de nossa literatura Jussara, personagem do conto Incidente na Raiz de Cuti e a pequena Lêlê do livro O Cabelo D Lêlê de Valéria Belém, que tiveram histórias diferentes de identificação e valorização racial, a literatura foi um dos caminhos que utilizamos para a reflexão sócio cultural.

O meu cabelo tá na moda...



 


Cabelo Duro


Itamar Assumpção


Eu tenho cabelo duro
Mas não o miolo mole
Sou afro brasileiro puro
É mulata minha prole
Não vivo em cima do muro
Da canga meu som me abole
Desaforo eu não engulo
Comigo é o freguês que escolhe
Sushi com chuchu misturo
Quibebe com raviole
Chopp claro com escuro
Empada com rocambole
Tudo que é falso esconjuro
Seja flerte ou love story
Quanto a ter porto seguro
Tem sempre alguém que me acolhe
É com ervas que me curo
Caso algum tombo me esfole
Em se tratando de apuro
Meu pai Xangô me socorre