terça-feira, 10 de maio de 2011

Castro Alves o poeta da vez

Na aula de hoje também trabalhamos com um poema de Castro Alves. Primeiro lemos, discutimos e analisamos todo o poema, para que, a partir das informações que eles tivessem, pudessem dar um nome ao poema. As ideias que surgiram vamos mostrar aqui e agora. Ao final eles conheceram o verdadeiro título do poema, mas, sem nenhuma modéstia, preferiram os títulos que eles mesmos deram.
O poema trabalhado foi:

Saudação a Palmares

Nos altos cerros erguido
Ninho d'águias atrevido,
Salve! — País do bandido!
Salve! — Pátria do jaguar!
Verde serra onde os palmares
— Como indianos cocares —
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar! ...
Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam...
E as trompas da caça atroam...
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador! ...
Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada,
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão!
De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo pra o val:
"Descei de cada horizonte...
Senhores! Eis-me de fronte!"
E riste... O riso de um monte!
E a ironia... de um chacal!...
Cantem Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijem os férreos laços,
Que não ousam sacudir ...
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!...
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.
Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste ao beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste pra um nobre amor.
Negra Diana selvagem,
Que escutas sob a ramagem
As vozes — que traz a aragem
Do teu rijo caçador! ...
Salve, Amazona guerreira!
Que nas rochas da clareira,
— Aos urros da cachoeira —
Sabes bater e lutar...
Salve! — nos cerros erguido —
Ninho, onde em sono atrevido,
Dorme o condor... e o bandido!...
A liberdade... e o jaguar!

E as sugestões de outros títulos foram:

"Região dos Valentes"
(Viviane Ferreira, 1º A)

"Palmares a ti o meu grito!"
(Ednalva, 1º A)

" Quilombo"
(Joseilton, 1º B)

"Os palmares"
(Matheus, 1º A)

"Em busca da liberdade"
(Welliton, 1º B)

"Pátria do jaguar"
(Angerlania, 1º A)

"Salve, Amazona guerreira" 
(Daisy, Deisy e Larissa, 1º A)


"A procura da liberdade"
(Jonathan, 2º U)


"A liberdade"
(Ailton ,1º B)


"Palmares!... Tua liberdade"
(Joseilma, 1º B)

Mais um poema para nossa aula

Na outra aula, quem foi escolhida, não só para levar como também ler o poema para a turma, foi Daisy do 1º ano A. Ela justificou sua escolha baseada na beleza que encontrou no poema e com a identificação de, assim como o poeta, amar tanto a sua terra...
Qual foi o poema?
Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Gonçalves Dias

Poema do dia

Todo início de aula, pedimos para que dois alunos leiam os poemas que eles trouxeram, e levantamos discussões sobre a escolha do poema, autoria e uma breve interpretação. Na aula de hoje os poemas lidos e comentados vamos postar a seguir.
O aluno que levou esse poema foi Matheus Brandão do 1º ano A. Ele disse que fez a escolha justamente pela temática que estudamos e que, ao ler, sentiu sensações boas de respeito e igualdade.


Ser Consciente

C onsciência não se compra
O que precisa é saber conquistar
N ão há paz no mundo
S e não soubermos o valor de amar
C omo construir um mundo melhor?
I luminado pela luz do amor
Ê xito é o que queremos
N este mundo de lutas, de dor.
C onviver com todos na harmonia,
I gualdade, sem preconceitos
A mando uns aos outros, como Deus nos ensinou.
N egro não é defeito, é uma linda cor
E xistem muitas inteligências
G ostos, preferências
R esponsabilidades, amor.
A ntes de tudo somos gente:
gente que ama
gente que luta
gente que sofre
gente que sente: alegria e dor.
de Maria Dionésia Santos da Silva

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nem tudo é fácil

Joseilma leu um texto de Cecília Meireles, e cativou a turma para mais um dia de trabalhos literários...



É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!

domingo, 1 de maio de 2011

A poesia tomou conta da turma

E na aula passada dia 28 de abril, os alunos tiveram a oportunidade de levar para a turma poemas escolhidos ou escritos por eles mesmos. E aí está o que Dalvan, o poeta da turma, leu para todos! Ele nos presenteou com o mais puro romantismo em plena quinta-feira a tarde...




Tentei lhe dizer muitas coisas,
mas acabei descobrindo
que amar é muito mais
sentir do que dizer,
e milhões de frases bonitas
jamais alcançariam a grandeza
do que sinto por você.

O importante
não foi quando te vi,
nem quando nos conhecemos,
mas sim
quando você passou a existir
dentro de mim!

(Por Dalvan)